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Certa vez, uma professora relatou que um aluno de 10 anos de idade afirmou estar com pouca criatividade para realizar a tarefa que ela havia passado. Intrigada, a professora perguntou-lhe o que de fato seria a palavra criatividade.
Em resposta, o aluno disse que criatividade “tem a ver com construir, criar, pensar e tem que vir de dentro, como se fosse uma luz, ou mesmo energia”. Para muitos, pode parecer uma resposta simplificada, mas tal afirmativa na compreensão de uma criança emociona e faz refletir, pois muitas pessoas que encontramos por aí sabem que criatividade relaciona-se ao criar, mas poucos conhecem seu verdadeiro conceito, relacionado à motivação, ou mesmo, energia, como afirmou o aluno. Sem esse entendimento, saber ser criativo transforma-se em uma tarefa difícil e desgastante, pois se torna uma busca estressante que trava a imaginação.
A criatividade sempre foi um termo que alavancou muitas discussões. Por algum tempo, ser criativo era visto como um privilégio de poucos (o que não é verídico, pois em algum momento todos somos criativos); hoje, em algumas realidades, tem sido vista como obrigação. E é essa concepção, vista na atualidade, que merece a relevância da discussão.
Com frequência, vê-se o termo criatividade confundir-se com inovação. Mas, é importante distingui-las, pois a criatividade relaciona-se à capacidade do ser humano de criar algo, e a inovação tem a ver com o que se faz com aquilo que se criou. Juntas, indicam a capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas.
Para criar, é necessário que o aluno siga, minimamente, três pequenos passos: o primeiro refere-se a identificar um problema; o segundo, a criar novas associações em torno da problemática; e o terceiro, exploração da imaginação, gerando novas ideias. Nas entrelinhas de cada um desses passos, existe a chamada motivação.
Na criação do Método TRON, no desenvolver de cada material, optamos sempre por seguir o lema do Criador que diz “Se puder ser imaginado, pode ser criado” e assim buscamos motivar nossos alunos para imaginar o novo. Utilizando muita vivacidade nas informações dialogadas em cada material, ludicidade dos materiais, práticas que exijam ação e movimento para contribuir no processo e desenvolvimento criativo dos alunos, para que, por meio da tecnologia, possam atingir a motivação necessária para criar um mundo melhor para nós mesmos e para os que nos rodeiam.
É necessário despertar no indivíduo a curiosidade para resolução de questões, proporcionando experiências e ambientes que possibilitem tornar fecundo o pensamento divergente, disponibilizando a energia suficiente para que, por meio das ideias, os alunos possam transcender. No ambiente escolar, algumas ações são necessárias para manifestar a criatividade do aluno, são elas:
Postura mais acessível do professor, visto que aquele profissional que valoriza e facilita o diálogo possui alunos mais questionadores, críticos e reflexivos; Valorização da produção de conhecimento, ou seja, a adoção do maker nas aulas, sejam elas teóricas sejam práticas, voltadas para a criação, inovação e valorização da exploração, o que contribui para desenvolver o sentimento de autoeficácia do aluno e em consequência seu autoconceito e sentimento de competência escolar fazendo com que esse aluno desenvolva afetos positivos pela vida escolar;
Se você, enquanto professor, já desenvolve algumas dessas ações em sua rotina diária, certamente é atuante na promoção do comportamento criativo de seus alunos. Criar condições favoráveis para permitir o desenvolvimento do potencial criativo dos seus alunos é dar liberdade de imaginar, é permitir que a mente e o corpo saiam da zona de conforto e busquem, por meio da imaginação, experimentar diversas áreas e trazer um resultado por meio de sua óptica e visão de mundo.
Por Ana Amábile - Psicóloga e Diretora da Robótica Passiva